A Secretaria Municipal de Educação - SEMED em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, realizaram entre os dias 14 e 19 de novembro a IV EXPOAFRO – Semana Temática da Consciência Negra, com objetivo de promover a valorização e divulgação da cultura afro e debater sobre o sentido do “20 de novembro: Dia da Consciência Negra”, o qual precisa ser lembrado para dar uma ressignificação a história do negro no nosso país, suas lutas pela liberdade e dialogar sobre o preconceito em relação a questão racial que ainda permeia a sociedade.
No dia 14 de novembro foi realizada no Auditório da Escola Municipal Professora Zenóbia Ferreira da Silva, uma Oficina Afro destinada a profissionais da educação e do SCFV, onde aconteceram demonstração de turbantes com a turbanteira Lucélia Tayná, que através de um bate papo evidenciou que o uso deste adereço não deve ser visto meramente como uma peça de beleza, mas sobretudo que o mesmo tem uma função social e principalmente, remete a identidade da população negra. Na ocasião, as participantes aprenderam como fazer um turbante a partir de vários modelos demonstrados pela oficineira.
Em seguida houve a oficina de bonecas pretas, ministrada pela professora e coordenadora pedagógica Lourdes que iniciou explicando que a origem das bonecas de pano chamadas abayomi tem relação com as negras africanas, pois na época em que as mães eram trazidas da África para o Brasil com suas crianças nos navios negreiros, para consolá-las, elas rasgavam a barra das suas saias e faziam as bonecas enrolando e dando nó no tecido. Após essa introdução, foram confeccionadas as bonecas abayomi e outras de lã e garrafa pet.
Já no dia 16 de novembro no Auditório da Escola Municipal Professora Zenóbia Ferreira da Silva foi realizada uma palestra para profissionais da educação e demais secretarias com o tema: Dandara como referência feminina e a situação das mulheres negras que além da violência de gênero sofre a violência racial, ministrada pela professora e sociológa Regina Lopes que iniciou o debate enfatizando Dandara enquanto símbolo da presença feminina negra na história colonialmas que foi invisibilizada por ser mulher. Destacou ainda que na sociedade machista e racista que se apresenta poucas mulheres conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ter sua dignidade humana garantida, especialmente por ser mulher e negra. Esta palestra contou também com a parceria da Secretaria Municipal da Mulher, Juventude e Idoso. Esta ação também faz parte dos 16 dias de ativismo em militância no movimento de conscientização da não violência contra a mulher.
E, finalizando as atividades da Semana Temática da Consciência Negra, foram realizadas no dia 19 de novembro, sábado, no pátio da Escola Municipal Miguel Matias a programação cultural com apresentações de danças, musicais, encenações coreografadas com a participação de estudantes da rede municipal de ensino, contemplando temas relacionados a identidade negra, cultura afro-brasileira e afirmação étnico-racial.
ENTENDENDO O SIGNIFICADO DO DIA 20 DE NOVEMBRO
A Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar.
Apesar da data ter sido instituída como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra pela Lei nº 12.519/2011, ainda não é considerada feriado nacional.
Em Alagoas, a Lei nº 5.724 de 1º de agosto de 1995 decretou o 20 de novembro como feriado estadual.
A data é considerada como uma ação afirmativa de promoção da igualdade racial e uma referência para a população afrodescendente dedicada à reflexão sobre as consequências do racismo.
Então, comemorar o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória a figura histórica deste líder, sua importância na luta pela liberdade e também pela afirmação do negro na sociedade brasileira.